Para cortar US$ 1 bi, Cisco prepara maior demissão da história

A Cisco deve demitir milhares de funcionários para realizar a meta de corte de custos de 1 bilhão de dólares anunciada pelo presidente-executivo John Chambers.

Quatro analistas contatados pela Reuters estimam que a maior fabricante mundial de equipamento para redes eliminará até 4 mil postos de trabalho nos próximos meses; a previsão média é de 3 mil demissões. Isso equivaleria a 4% dos 73 mil funcionários permanentes da empresa, e pode ser a maior onda de demissões na história da companhia. A Cisco também conta com número não revelado de prestadores de serviços temporários.

O recorde anterior de demissões da Cisco ocorreu no ano fiscal de 2002, quando a companhia demitiu cerca de 2 mil funcionários, de acordo com Paul Mansky, analista da Cannacord Genuity. Isso ocorreu quando estourou a bolha da Internet, o que pôs fim a um período de investimento desenfreado em produtos de tecnologia, causado pela corrida de empresas estreantes e tradicionais para estabelecer uma presença na Web.

Mas desta vez, a Cisco não pode apontar para más condições de mercado ou problemas na economia como motivos para reduzir sua folha de pagamentos. Em lugar disso, Chambers, no mês passado, assumiu a responsabilidade por erros na gestão da companhia, afirmando que ela precisa se concentrar em seu negócio básico e se mostrar mais disciplinada no que tange a se expandir para novos campos.

Assim, algumas das demissões devem vir de áreas de negócios que a Cisco pretende abandonar nos próximos meses. Chambers, que comandou a empresa por 16 dos seus 26 anos de história, anunciou que a companhia abandonará certas áreas não estratégicas nas quais não ocupe o primeiro ou segundo posto no mercado.

Há um mês, o executivo anunciou que a Cisco fecharia a divisão Flip de câmeras de vídeo, realizando 550 demissões e constituindo provisão de 300 milhões de dólares para cobrir os custos. Chambers ainda não revelou que outras divisões serão fechadas, mas a Cisco investiu pesadamente em diversos produtos ao consumidor que ainda não decolaram, entre os quais o sistema Umi de videoconferência doméstica e câmeras de segurança residencial.

Um dos principais desafios da Cisco é impulsionar a receita e as margens de lucros de seus maiores negócios individuais --venda de switches para backbone da Internet e redes corporativas-- com uma força de trabalho menor. As vendas dessas operações sofreram quedas nos últimos dois trimestres em meio à intensa competição com a Hewlett-Packard, que comprou a 3Com, e com a Juniper Networks, cujas vendas estão subindo.

Fonte: Agência Reuters


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